Wednesday, October 24, 2012

Margiela with H&M @ NYC


"A Maison Martin Margiela e a H&M apresentaram oficialmente ontem, em Nova Iorque, o resultado da designer collaboration entre ambas, com uma coleção que é bem capaz de ser a mais artística do rol de parcerias da marca sueca.
"Oversized, transformation, volumes and shapes", foram as palavras chave utilizadas pela equipa da casa francesa quando visitámos o showroom pela manhã. A colocar em prática a teoria, charriots com casacos XL, perfectos feitos de cintos, camisas de silhueta circular e outras tantas interpretações literais das diretrizes supracitadas veiculavam na perfeição a filosofia da coleção, mas também as linhas mestras da própria Margiela. Nem poderia ser de qualquer outro modo: mais do que respeitar as ideias da Maison, esta parceria com a H&M é composta por reedições de peças outrora já lançadas pela casa francesa.
"A ideia foi da própria marca e nós gostámos, achámos que realmente era uma boa opção", contou-nos Margareta Van den Bosch, creative advisor da H&M. "Já tínhamos feito algo do género, com a Versace - também remexemos nos arquivos, mas não no mesmo modo".
Quanto à paleta de tonalidades, é a típica da MMM: os azuis escuros, o nude, os cinzas (e o vermelho a contrapor como o toque de cor) mantém a sobriedade como dominante, "mas nunca sendo snob ou monótono". Até porque snob é um adjetivo que jamais se coadunaria com uma casa que relegou para segundo plano as variáveis que poderiam retirar o foco do design e das peças, e colocou a roupa como o ponto fulcral per si - daí que não haja vénia no final do desfile ou que as modelos pisem a passerelle de cara tapada. Nesta parceria em particular, então, o intuito é que seja "divertida - daí as purpurinas nos sapatos ou o casaco espécie bola de espelhos", esclarece a equipa em uniformes laboratoriais, enquanto guiam cada membro da imprensa.
Clínica é também a atenção aos pormenores: não houve cedências no que diz respeito ao corte e acabamentos, mas houve algum compromisso nos materiais para poder aproximar-se do nível de preços praticados pela marca sueca. Com grande perícia, esta é provavelmente também a designer collaboration mais experimental em termos de design que a H&M já conheceu. Se os clientes aderirão? "Alguns vão achá-la estranha, outros vão adorá-la", opina Margareta Van den Bosch. "É diferente, muito artesanal e inspirada em clássicos, por isso, acho que os clientes não se sentirão defraudados".
A coleção chega ao público a 15 de Novembro. Até lá, já tem fãs celebres, como se pode comprovar pela passadeira vermelha da apresentação em Beekman Street, num prédio de 9 andares abandonado, que serviu de palco não só aos exemplares da colaboração, mas também a instalações artísticas e dança contemporânea. Ambiente e intervenções bem a género do que a marca - e a sua ingressão no high street, consequentemente -, apregoa.
Por: Sara Andrade para VOGUE.PT "